28.10.07

Desculpa esfarrapada

De repente, não mais que de repente... e a prática socialista de escrevinhar e papear ficou reduzida a "operação zero". A "Eleição Argentina", que deve criar novos partidos num quase país de um só partido, ou a arrancada rubro-negra rumo a taça Libertadores bem que poderiam ser uma desculpa esfarrapada para voltar com assiduidade as teclinhas, mas a verdade está na primeira linha, posta no papel por Vinícius de Moraes: De repente, não mais que de repente... o tempo escasseou. Fico na área mas mantenho as linhas do garoto de Ipanema.

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes

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