Ontem à noite, Flamengo arrancou um empate heróico contra o Real Potosi, em condições anti-desportivas e desumanas.
A presidência do clube faz questão de homenagear os profissionais que, em jornada épica, encarnaram o lema rubro-negro, segundo o qual, nossa glória é lutar.
E deseja também enaltecer a presença de uma torcida do Flamengo em Sucre, dado marcante da grandeza do clube e do tamanho nação rubro-negra. Mas, torna público que vai comunicar oficialmente à CBF, à Confederação Sul-Americana e à FIFA que, doravante, não comparecerá a partidas em altitude superior aos limites recomendados pela medicina esportiva. Por definição, o campo de jogo é um espaço que deve oferecer igualdade de condições aos oponentes que buscam a conquista esportiva, mediante esforço que engrandece a condição humana, contribuindo para a educação e a saúde. Primeiramente, o campo de jogo, em altitude não recomendada pela medicina, não oferece igualdade de condições aos oponentes, ferindo o princípio da desportividade, o “fair-play”. Por fim, a prática esportiva, em condições não recomendadas pela medicina, faz do esforço físico um ato bárbaro, degrada a condição humana e coloca em risco a vida dos atletas. Não proibir jogos nessas condições é o mesmo que ser conivente com a dopagem. O Flamengo, em nome do esporte, denuncia a responsabilidade que as entidades de administração, em especial a FIFA, têm com a preservação da prática esportiva em condições humanas e com a vida dos atletas e não jogará mais em altitude não recomendada pela medicina. O Flamengo é responsável.
Flamengo, Flamengo tua glória é lutar.
Foto Tasso Marcelo / AE
Um comentário:
Nelson.
Acho que esse é um tema ótimo para tese de mestrado em medicina.
Sob esforço, os efeitos da altitude começam a prejudicar mais após algumas horas e continuam assim por uns 30 dias. Eu não tenho os numeros exatos, mas deve girar em torno disso. Dessa forma ou o atleta se aclimata, chegando na cidade um mes antes do jogo (hipótese improvável nos campeonatos) ou então ele se hospeda numa cidade próxima, mais baixa e no momento do jogo segue direto pro estádio, pronto pra entrar em campo.
Acho que a solução imediata reside na logistica dessa segunda opção.
Voce tem os numeros recomendados pela medicina esportiva, citados em sua matéria ?
Abraço.
Celso, 49, dentista.
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