Livro dos recordes

Cícero Augustinho da Silva, 60 anos, a sétima vítima do buraco da impunidade da linha 4 do Metro paulistano depois de morto teve uma carreira profissional relâmpago: de contínuo (segundo informam os jornais) passou a traficante de cocaína. E para traficante, uma atividade ilícita, a indenização por lucro cessante está eliminada. A família de Cícero vai ganhar do consórcio responsável pela obra menos que as outras famílias envolvidas na tragédia. Cícero, que virou traficante, era para estar no Guiness - o livro dos recordes. Aos 60 anos ele deve ter sido o traficante mais necessitado do país. A barra estava tão pesada para Cícero que nas horas vagas ele fazia até uns bicos como contínuo.