"Com a proximidade da ressaca pós-eleitoral, a ética foi liberada do presídio da vigilância máxima dos meios de comunicação. Desapareceram os editorais apopléticos, as manchetes salvacionistas e os depoimentos da intelectualidade desfrutável. Despejadas para as páginas internas dos jornais, as matérias sobre o progresso da corrupção perderam prestígio e, as reportagens, assinatura. Não fosse o continuado esforço da Policia Federal, órgão do Estado subordinado ao Executivo, e o cérebro dos leitores teria sido lavado e enxaguado de todos os esdândalos revelados pelo jornalismo participativo durante a campanha à Presidência da República. Partidariamente improdutiva, a ética foi demitida da função de aliada, incapaz de agregar os votos necessários à revanche eleitoral do tucanato pefelista. Como de outras vezes, a devção ética era uma farsa.
Agora o jornalismo participatIvo empenha-se em profetizar o destino lamentável a que nos condenou a vitória de uma opinião pública semi-analfabeta, dependente do assistencialismo governamental e apreciadora de critérios morais subdesenvolvidos." Por Wanderly Guilherme dos Santos - Valor.
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