16.11.06

Lambança e Legislativo começam com "L"

O texto da jornalista Rosa Costa é super pertinente. Apenas o dedo do imprensalão que ela coloca logo na linha inicial poderia ser evitado mas, já que o choro é livre, vamos ao conteúdo. Na primeira parte do post a bola da vez atende pelo nome de "suplentes de senadores" y na cola, otra cosita nacional.
O mecanismo de substituição dos senadores é uma das anomalia do Congresso, casa dos legisladores. Nela, os suplentes assumem o cargo de senador sem terem sido eleitos para ele. Exemplo fresquinho que me vem a cabeça e vem bem a calhar é o do pernambucano Roberto Freire. O presidente do PPS, que não conseguiria se eleger na própria terra, ganhou do ex-governador Jarbas Vasconcelos do PMDB a almejada primeira suplência para o senado. Coisa de amigo. Diz a jornalista Rosa Costa: ..."Quando os titulares morrem ou vão para outros cargos, os suplentes que herdam o mandato e seu familiares - incluindo filhos de até 24 anos estudantes ou dependentes econômicos - passam a ter, para o resto da vida, direito a atendimento médico-hospitalar, ambulatorial, odontológico, psicoterápico, fisioterápico, exames completos e traslado terrestre ou aéreo. A 'bondade' partiu da Mesa Diretora presidida por José Sarney, em 1995 e aprovada por seus pares. Além do mandato, cada suplente leva tudo a que o cargo dá direito: remuneração de R$ 12,7 mil mensais, verba de gabinete de R$ 15 mil por mês no Estado de origem, R$ 80 mil para contratar funcionários comissionados, carro com motorista, uso de telefone e celular sem limite de gasto, além de 13º, 14º e 15º salários." Igual ao senado federal a vida só é tão dura na Câmara dos deputados. Segundo o El País de hoje, matéria republicada no
Estadão..."Por mês, de acordo com cálculo da publicação, os deputados recebem R$ 92.300 entre salário e pagamentos extras. A divisão dos vencimentos foi feita pelo El País: R$ 12.400 de salário, R$ 50.000 para pagar assessores, R$ 3.000 para habitação en Brasília, R$ 4.200 para envio de correspondência, R$ 15.000 reservados para indenizações, R$ 15.000 para pagar um escritório em sua base eleitoral e R$ 8.300 para passagens de avião."
Quando Dorival Caymmi compôs "É doce morrer no mar" não imaginava quão doce seria viver, adoecer e morrer como integrante do Congresso Nacional.

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