Quem sabe faz a hora

O 2º turno trouxe embutido, sem quem ninguém se apercebesse, leia o texto de Maria Inês Nassif, que essa é a hora da virada nacional dentro do PT. Diz Nassif: "O partido, que vinha a reboque do presidente Lula desde que se viu submerso pelo escândalo do mensalão, equilibrou suas forças com a do chefe do Executivo federal pelas urnas. Foi o mais votado do país, em número de votos; elegeu mais governadores do que se previa e guindou mais candidatos ao segundo turno na disputa por governos estaduais. O resultado das urnas também debilita a hegemonia paulista no partido: o PT cresceu mais fora de São Paulo..."

Bué: Apesar de todas as crises o Partido dos Trabalhadores mostrou na prática, via urnas, que entre todos é o único que verdadeiramente corta a própria carne e que segue em frente. Os tucanos - que são o pior que a política nacional produziu pós-ditadura militar - continuam como sempre jogando o lixo para debaixo do tapete. As alianças com Garotinho/Rosinha e o encontro secreto com o governador sob suspeita Ivo Cassol são exemplos gritantes da maneira deles de fazer política. Até César Maia (PFL) e Denise Frossard (PPS), ex-aliados, deram um passo atrás devido ao cheiro forte. O tucanato sabe que agora vai ficar difícil remendar o que não tem jeito.
As eleições 2006 que no 1º turno revelaram uma guerra social entre ricos e os mais necessitados, entra no 2º turno colocando de forma clara que a briga é entre a burguesia política de São Paulo versus a sobrevivência de todos os outros estados brasileiros. Ser o partido mais votado em todo o país e se libertar do jugo paulista faz com que a reeleição do presidente Lula tenha, não só para o pt, um peso além do simbólico. A reeleição passa a ser urgente, necessária e vital para que os brasileiros mais carente continuem sendo parte de um país de todos onde existam oportunidades de melhora de vida concretas do Oiapoque (no extremo norte) ao Chuí (terras gaúchas).