A linda Rafaela e seus amigos: não passarão!

Na véspera da eleição o Bué recebeu um comentário que republico parte aqui:

"Blogs que falam bem do Lula não são necessariamente blogs petistas e sim blogs que se responsabilizam em mostrar o lado que fora silenciado pelos grandes veículos! Sou estudante de Jornalismo e Produção Editorial em Belo Horizonte. Junto com outros colegas de faculdade, criei o Manifesto "Verdade Relativa", um conjunto de desabafos e observações de estudantes de Comunicação acerca dessa parcialidade da mídia no que tange o ocultamento de informações no caso dossiê (e obvio, outros "cala-bocas menos evidentes)..."

Rafaela diz que fica feliz em encontra o Bué, eu fico também muito feliz que isso tenha acontecido. Fica óbvio que ela é gentil mas sobretudo preocupada com o destino do país que vive. O golpe que vem minando o Brasil vagarosamente é - infelizmente - um fato. A elite e a mídia fazem hoje aqui exatamente o mesmo que tentaram fazer na Venezuela (goste-se ou não do presidente venezuelano Hugo Cháves). Estão com um golpe em movimento.
Linda Rafaela, hoje é dia de eleição. Eu, que completei 54 anos apenas cinco vezes escolhi o presidente. O golpe militar, também articulado pela elite em 1964, me roubou o direito de votar durante décadas. A usurpação atualmente é mais sofisticada, mais sutil...não é preciso roubar, basta da mentira fazer uma verdade. Você tem acompanhado todo o processo. Logo, sabe que depende de cada um de nós evitar essa manobra perfumada. Vamos às urnas e, pelo voto, mantenhamos a realidade dos golpes longe de nós. Como escreveu o espanhol Miguel Torga pseudônimo do escritor português Adolfo Correia da Rocha...não passarão.

NÃO PASSARÃO - MIGUEL TORGA

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!