The day after - o dia seguinte

24 horas depois do primeiro debate com a presença de um presidente uma pulga atrás da minha orelha fez nascer a seguinte pergunta:
Por que a direita não festejou com a devida pompa a surpresa Geraldo Alckmin ?
Está em todos os jornais e nas colunas amigas do tucanato uma delicada, quase tímida e meio sem jeito comemoração do desempenho do "novo modo de ser" do candidato do PSDB/PFL. Ainda não tinha dado meio-dia e no comitê tucanos-pefelista já se sabia que o tiro mal educado e grosseiro do apequenado Geraldo Alckmin saíra pela culatra. Hoje nem os mais radicais, à direita, pegaram pesado. A estratégia ao longo do dia foi a de colocar "panos quentes" na postura de Geraldo José. O ex-governador, tido 12 horas antes por seus iguais como "a surpresa da noite", foi no decorrer do dia - de boca em boca - ladeira abaixo. De grata surpresa passou a ser considerado um sujeito desrespeitoso, sem modos, sem nenhum valor. Aquele que não soube ou não conseguiu conversar (na sala da casa de milhões de brasileiros) tendo um mínimo de educação com um presidente da república certamente não saberá se portar com decência se por ventura um dia for parar na presidência. Os menos letrados, educados com esforço muito esforço pelos pais, repudiaram a atitude do tucano; a classe média se indignou; até a elite - em silêncio - ficou ruborizada. Geraldo José Alckmin, tratado como governador durante todo o debate pelo presidente da república, mostrou que passa longe de ser meio-estadista...menos que isso. Leviano, boquirroto e arrogante o candidato tucano - no figurino traçado pelos seus marqueteiros - revelou o boneco de ventríloquo que é. José Serra e Aécio Neves devem estar sorrindo com os seus botões. O debate funcionou para Alckmin como um uisque de má qualidade...a ressaca mostrou o tamanho do estrago no dia seguinte.