Ele sabe o que diz

Noblat postou: A crítica direta, frontal e sem delicadeza a Lula e ao PT costumam arrancar dos defensores deles três tipos de argumentos: a) quem se queixa é de direita, do PSDB e eleitor de Alckmin (poderia ser Serra ou qualquer outro); b) o que é melhor: isso que aí está ou o passado onde se vendeu o país na bacia das almas e a corrupção também campeou? c) nada do que ocorre hoje é muito diferente do que já ocorreu. Política é assim mesmo. Outro dia, a economista Maria da Conceição Tavares saiu em defesa do governo lembrando uma frase pixada em um muro de Santiago do Chile na época do governo Salvador Allende. Cito a frase de memória: - Esse governo é uma merda. Mas é meu governo. Não assinaria embaixo da frase. No geral, o governo Lula não é pior do que vários governos que tivemos. Mas falhou - e falhou gravemente - no que não poderia ter falhado: no aspecto moral. É irrelevante se é menos ou mais imoral do que os governos anteriores. É condescendente com a imoralidade, sim. E isso basta.
Bué: Ser condescendente com a imoralidade é uma especialidade que o jornalista Ricardo Noblat entende bem. Tenho que concordar com ele. O texto é corajoso quando revela "que nada do que ocorre hoje é muito diferente do que já ocorreu". A diferença está na atitude dos jornalistas que vivem, comem e respiram Brasília. Durante o período em que "se vendeu o país na bacia das almas", nossos periodistas não espernearam 10% do que fazem hoje, não reportaram - o que é a função básica da profissão que escolheram. O príncipe da sociologia e sua trupe colocaram o país de "ponta cabeça" e ninguém se indignou. É ...os tempos são outros, "é irrelevante se é menos ou mais imoral", conforto e comodidade não matam de vergonha mas viciam o cidadão. É isso que basta.