12.12.05

O golpismo e suas histórias

ACM não precisa de apresentação. O senador baiano esteve diretamente ligado a ditadura militar no Brasil, depois se assumiu como político a Arena, o PDS e posteriormente do PFL. Avô do deputado ACM Neto, foi aliado de primeira hora de FH e agora, frente ao pedido de José Serra, repete a dose - faz novo acordo de interesses. Nada mais natural: aos de direita...os conservadores. O exemplo mais atualizado desta parte triste da nossa história se repete no vizinho Chile. Uma coligação de direita e conservadores (os tucanos de lá) está se organizando contra a socialista Michelle Bachelet, primeira mulher que irá ocupar a presidência daquele país. Faço esse paralelo para lembrar que graças a uma aliança de direita semelhante a esta foi dado um golpe, uma canetada quando a reeleição foi aprovada em 1997. O golpe foi fruto de uma conveniência eleitoral do presidente FHC e seus aliados. Os tucanos diziam à época que a reeleição traria previsibilidade sobre o país durante um período de oito anos e que isso seria positivo para a economia. Agora, ao defenderem o fim da reeleição, se movem mais uma vez pela conveniência política.
Quando tentaram "colar" o impedimento do presidente Lula - pefelistas e tucanos - usaram a mesma estratégia. Só que, além do golpe da caneta, eles precisavam ter o povo nas ruas e isso eles não tiveram. O tiro saiu pela culatra, a bola passou longe do gol.
Hoje, segundo Elimar Santos no jornal O globo "Os tucanos acreditam que já estão com a mão na taça, como se diz em relação ao futebol, e para que seus planos não sejam prejudicados articulam para impedir a aprovação da emenda que acaba com a verticalização." O golpe, que ganha nos textos os sinônimos chiques de conveniência e articulçação, tenta voltar a boca de cena sem levar em conta que a vida nesta terra brasilis mudou. A América do Sul também vive hoje um momento mais social, mais popular, onde tenta repartir as oportunidades perdidas ao longo das últimas décadas. Basta ver a Argentina, a Bolívia, o Chile, a Venezuela e o Uruguai. A história mostra que os golpistas estão sendo paulatinamente afastados do poder pelo voto direto. Foi assim em 2002. Orquestrar uma volta por cima ou uma virada de mesa é uma manobra dos tempos de ACM e de FHC, um tipo de golpismo perfumado que faz parte do Brasil do passado. A história não anda para trás.

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